Notícias

Suspeita de intermediar adoção ilegal diz que menino é filho de uma sobrinha

0

A suspeita de intermediar a adoção ilegal de um menino encontrado em uma rua de Cascavel, no oeste do Paraná, disse que ele é filho de uma sobrinha. A adolescente de 17 anos foi encontrada com outra menina, de dez anos, na casa de Maria Conceição Queiroz, conhecida como Maria Paraguaia, na terça-feira (24).

“Ela não queria mais o menino”, declarou a mulher no início da tarde desta segunda-feira (30), quando era transferida da carceragem da delegacia central da Polícia Civil em Cascavel para a Cadeia Pública de Corbélia. Ela também disse ser inocente.

O menino foi regatado pelo Conselho Tutelar no dia 10. Maria Paraguaia foi quem acionou o conselho afirmando tê-lo achado abandonado em frente à casa onde ela mora.

A polícia desconfiou do comportamento dela e a intimou para prestar depoimento na terça-feira, quando acabou presa. No mesmo dia, a adolescente e a menina foram encontradas na casa de Maria Conceição e também levadas pelo Conselho Tutelar. O conteúdo do depoimento deverá ser mantido em sigilo até o fim das investigações.

O advogado Felipe Veloso preferiu não comentar as declarações de Maria Conceição. Ele disse que havia orientado sua cliente a não conversar com a imprensa e a não dizer nada que pudesse atrapalhar o andamento do processo e a produção de provas.

Veloso disse, ainda, que deve esperar até o fim da semana para decidir se entra com um pedido de habeas corpus para que sua cliente responta em liberdade.

Tráfico Internacional de Pessoas

Segundo a Polícia Federal, o garoto é paraguaio e pode ter sido vítima de tráfico internacional de pessoas. Na quarta (25), o cônsul do Paraguai em Foz do Iguaçu, Jorge Antonio Coscia, esteve em Cascavel para acompanhar as investigações e confirmou que o menino, a menina e a adolescente são paraguaios.

Também na quarta, o delegado Mario César Leal Júnior, responsável pelas investigações, disse que encaminhou às autoridades paraguaias as fotos e as impressões digitais do menino, da menina e da adolescente. O objetivo é identificar os três e localizar as famílias.

A colaboração deverá ser feita no âmbito do comitê tripartite, que reúne ainda representantes de autoridades policiais e fiscais também da Argentina. O grupo atua de forma cooperada no combate de crimes na região da tríplice fronteira.

Interrogatórios

A polícia já ouviu várias pessoas, entre elas o homem e a mulher suspeitos de tentarem adotar ilegalmente o menino com a ajuda de Maria Paraguaia. O casal prestou depoimento duas vezes e entregou os telefones celulares para a polícia.

Há indícios de que os dois pagaram um valor inicial de R$ 700 pela criança –eles teriam desistido ao perceber que a adoção era irregular. Segundo o delegado, eles não foram presos por não estarem em situação de flagrante.

Compartilhe.

Deixe seu comentário